A  professora Ângela Neves (38), moradora do bairro de Itinga, consegue  incentivar alunos no TOPA a concluírem o curso de alfabetização para  adultos.
No  início Ângela tinha 26 alunos matriculados, apesar de muitas  dificuldades enfrentadas tanto pelo projeto quanto pelos alunos. Ela não  desiste, adaptou a realidade de ambos e conseguiu concluir a turma com  pelo menos 11 alunos, que para ela foi uma grande vitória. Com o índice  de evasão escolar bastante alta no projeto, a professora buscou ajuda da  ONG, a NAC (Núcleo de Apoio a Cidadania), de pessoas da comunidade,  além de levar a turma para próximo das casas dos alunos. Nessa luta ela  conseguiu a construção de uma pequena sala, algumas carteiras escolar,  doação de livros e um guarda- roupa que servirá de estante para os  livros. Essa iniciativa aproximou o projeto à realidade dos alunos, a  maioria pessoas que não tiveram oportunidade de estudo quando na  infância. O esforço da professora rendeu a conclusão do curso com alunos  bastante confiantes e com vontade de prosseguir nos estudos.
Sempre  otimista Ângela tem a sensação de dever cumprido: “Tudo parte de um  sonho de querer ajudar as pessoas. Essa é a minha terceira turma do  projeto. O X da questão é ajudar as pessoas da minha comunidade”. 
D.  Ana Maria dos Santos (54), que chegou a ser moradora de rua, foi uma  das alunas que participou do programa. Hoje pretende continuar os  estudos e realizar o sonho de cursar o ensino superior e se formar em  nutricionista: “Hoje não me aperto na leitura. Sou uma pessoa realizada,  aprendi a pensar e as pessoas me respeitam”- explica ela.
A  história de D. Ana Maria é interessante, depois que aprendeu a ler, ela  entrou em vários projetos sociais para ajudar a comunidade. Já  participou do grupo Mulheres da Paz, hoje é delegada do O.P (Orçamento  Participativo), e agente voluntária dos Direitos Humanos do Governo  Federal. Isso foi mais um incentivo para avançar nos estudos.
O  aluno Sr. Pompílio Ribeiro (61) que parou os estudos em 1978, encontrou  agora incentivo para dar continuidade: “Gostei mais da matemática, mas  também evolui na leitura. Eu vou continuar”.
D.  Inês Oliveira (64), mãe da professora Ângela, lembra-se da época que  perdeu o emprego porque não sabia assinar o próprio nome: “Hoje está  tudo mudado. Meu pai queria a gente trabalhando na roça, hoje quem me  incentivou foi minha filha. Lembro-me da época não fiquei numa fabrica  porque não sabia assinar o meu nome. Agora já sei assinar o meu nome,  ler os ônibus e tudo mais”. (risos).
Entre  tantas histórias de vida, D. Maria de Lourdes Gonçalves (68) se  emociona ao contar a sua. Ela diz que mesmo trabalhando ao lado duma  escola, não teve como estudar: “Eu estudei até os 11 anos de idade. Meu  pai me botou pra fora de casa, então tive que trabalhar e as patroas não  deixavam a gente estudar. Tive uma que trabalhei aonde a escola era ao  lado, mas ela não aceitava que estudasse”. - nos conta emocionada.
Fonte: Adailton Reis http://adailtonreis.blogspot.com/2011/12/proxima-postagem-professora-consegue.html
 
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