segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Diretoria da 12ª regional com sede em Serrinha oportuniza o ensino a ciganos, sem terra, presidiários e índigenas

A implantação do TOPA na Direc 12 já beneficiou mais de 11.000 alfabetizandos na 1ª etapa. Na segunda etapa, foram cadastrados 29.000 alfabetizandos e nessa segunda etapa já foram ultrapassadas 32.000 pessoas cadastradas para serem alfabetizadas, inclusive com turmas no presídio de Serrinha, no Assentamento Indígena do Massacará em Euclides da Cunha, no Assentamento Menino Jesus dos sem terra em Água Fria. O programa está implantado em todos os 20 municípios da jurisdição da DIREC 12 e as prefeituras não fizeram a adesão, o programa entrou através da participação dos movimentos sociais e sindicais.
O objetivo da DIREC 12 é realizar um trabalho onde a alfabetização torne os cidadãos críticos e conscientes, a exemplo do Projeto de inovação, TOPA- Salvar o Meio Ambiente.
A DIREC 12 foi a única no Estado da Bahia, que criou um projeto ambiental para ser implantado nas turmas do TOPA. Esse projeto trata de questões ambientais como reciclagem, reflorestamento, aquecimento global, enfim, questões referentes à preservação ambiental. Lançamos esse projeto nas cidades de Serrinha, Barrocas, Lamarão, Biritinga, Euclides da Cunha, inclusive com distribuição de mudas de plantas frutíferas, que conseguimos com a parceria da MFB (Fazenda Minério Brasileiro), e durante o decorrer do ano de 2010 o projeto ambiental será lançado também nos outros municípios da Direc 12.

"A nossa preocupação não é apenas com números, esses são importantes por que nos serve como termômetro, mas queremos que os nossos alfabetizandos sejam inseridos no processo de letramento que vai muito mais além do que o aprender a ler e escrever. Priorizamos a educação como um processo de inclusão social", afirmou José Jivaldo, diretor regional.
As palavras da aposentada Raimunda Teixeira, 70 anos, residente na Avenida Paulo Souto, Simões Filho, estudante de uma turma do TOPA organizada pela Associação dos Trabalhadores Rurais, disse que o Topa foi uma luz em sua vida e "hoje, me sinto importante, sou uma cidadã que faz parte da educação baiana refletir o orgulho dos 289 mil baianos que aprenderam a ler e escrever nesta fase do programa estadual.

"Para Paulo Freire, que é um grande educador brasileiro, ninguém é analfabeto por opção. As pessoas são analfabetas porque não foram motivadas ou porque não tiveram oportunidade", afirmou o governador Jaques Wagner ao CN. Para ele, o sucesso da iniciativa é seu caráter de "mutirão social", com o envolvimento de todas as instâncias da sociedade como prefeituras, sindicatos, igrejas e a população em geral.

São aproximadamente 460 mil baianos já alfabetizados pelo Topa, nas duas primeiras etapas do programa. A terceira fase da iniciativa está em andamento, com 13 mil turmas em aula e mais de 480 mil inscritos. A expectativa da Secretaria da Educação para a quarta etapa, que terá início em fevereiro de 2010, é alfabetizar outros 260 mil baianos.

O secretário da Educação, Osvaldo Barreto, em entrevista ao CN, garantiu que irá ultrapassar a meta fixada de um milhão de alunos alfabetizados na Bahia. Isso representa 25% do total do programa federal Brazil Alfabetizado", ressaltando que "a Bahia, pela irresponsabilidade de suas elites, deixou na escuridão mais de 2,2 milhões de baianos analfabetos e o resgate desse governo é o resgate da cidadania".

DIREC 12 - Este programa de fortalecimento da alfabetização enquanto política pública de acesso à educação da população de jovens, adultos e idosos que não tiveram oportunidade de freqüentar a escola.
Parceria entre a Sec e Sesab garante sucesso ao Topa - O programa beneficia com óculos de grau, garantidos pelo Saúde em Movimento, programa desenvolvido em parceria pelas secretarias estaduais da Educação (SEC) e da Saúde (Sesab) para atender mais de 12 mil alfabetizandos do Topa.

O programa resultou de um levantamento realizado na primeira etapa do Topa, quando foi constatado que a maioria dos alunos tem mais de 40 anos de idade - faixa etária em que as pessoas passam a apresentar necessidade de óculos para ler. Também foi constatado que a média de rendimento familiar per capita dos alfabetizandos é baixa, o que impede o atendimento oftalmológico fora do SUS e a aquisição dos óculos.

"Começamos em Mortugaba, passamos por Caetité e vamos, durante um ano de vigência do programa, chegar a mais de 25 municípios. Até agora, já foram mais de 35 mil atendimentos, com cirurgia de catarata, entre outros tipos de cirurgia ocular, e entrega de óculos. Afinal, muitas vezes, as pessoas não aprendiam a ler porque não enxergavam", disse Wagner ao CN.

Fonte: CALILA NOTÍCIAS 06/12/2009 22:52:09
Por: Valdemí de Assis