terça-feira, 20 de abril de 2010

Saúde em Movimento atinge a marca de 140 mil atendimentos

Terminou no fim de semana, na cidade de Iraquara, região da Chapada Diamantina, a oitava etapa do programa Saúde em Movimento, que realiza mutirão de atendimento clínico e cirúrgico em oftalmologia.
Uma equipe formada por 150 profissionais de saúde atendeu, durante 10 dias, aproximadamente 15 mil pessoas da região e fez mais de 2,5 mil cirurgias de catarata e outras três mil de pterígio (conhecido como "carne no olho").
O mutirão do Saúde em Movimento é realizado em parceria entre o governo do estado e as prefeituras. Um complexo com consultórios e salas de procedimentos é montado no município para que sejam feitas as consultas e cirurgias.
O governador Jaques Wagner esteve sábado em Iraquara e visitou o local onde funcionou o programa. Ele circulou pelos consultórios e viu de perto o resultado do Saúde em Movimento.
"Conheci aqui uma senhora de 80 anos, que só identificava os netos pelo som da voz. Ela me confessou que nunca havia visto o rosto de nenhum deles e hoje estava feliz depois de fazer a cirurgia e poder enxergá-los", contou.

Alegria de ver - Desde que foi iniciado, em outubro do ano passado, o programa Saúde em Movimento já atendeu 140 mil pessoas, em consultas, exames e cirurgias. Gente como dona Antônia Maria de Jesus, que aos 55 anos voltou a ter a alegria de ver tudo sem problemas.
"Meu filho, eu acordei um dia e reparei que as vistas estavam ficando embaçadas. A situação só piorava. Depois de um ano, cheguei ao ponto de não conseguir fazer mais nada sozinha. Cozinhar era difícil, costurar impossível. Pensei que ia ficar totalmente cega", disse a aposentada que desenvolveu catarata.
Dona Antônia fez a cirurgia com os médicos do Saúde em Movimento e em menos de 24 horas já estava com a visão recuperada. "Agora meu sonho é voltar a estudar e finalmente aprender a ler", completou, explicando que era aluna do programa Todos Pela Alfabetização (Topa) e precisou abandonar a sala de aula por causa da doença.

Topa - Segundo o governador Jaques Wagner, o programa Saúde em Movimento surgiu justamente de uma necessidade do Topa. "Na primeira reunião de avaliação do programa, os professores sinalizaram que muitos alunos não aprendiam porque não conseguiam enxergar, seja por causa da catarata, seja por causa da falta de óculos. Chamamos a Secretaria de Saúde e criamos esse mutirão de cirurgias, que já devolveu a visão a milhares de baianos, que agora podem estudar com mais eficiência", contou o governador.
Além de Iraquara, o Sáude em Movimento já realizou mutirões em Mortugaba, Caetité, Ituaçu, Itapetinga, Gandu, Miguel Calmon e Itagi. Esta semana o programa vai para a cidade de Rui Barbosa.
O programa atende prioritariamente os alunos do Topa e cidadãos com idade a partir de 60 anos. Para os alunos do Topa, o acesso é através da secretaria de Educação, os demais podem agendar atendimento pelo Sesab Atende no 0800-724-6565.

Catarata atinge quase 100% da população mais idosa

A catarata é o processo de envelhecimento do cristalino, uma espécie de lente natural que possuímos dentro dos olhos. Com o tempo o cristalino perde a transparência e aí vem a sensação de embaçamento ou opacidade da visão.
Segundo o oftalmologista Diego Águila, um dos coordenadores médicos do Saúde em Movimento, a catarata acomete quase 100% da população idosa. "Para alguns ela chega mais cedo, para outros mais tarde, mas chegar aos 80 anos sem desenvolver o problema é caso raro", explica ele.
O programa Saúde em Movimento utiliza a técnica cirúrgica mais moderna para o tratamento da catarata. Ela consiste na remoção do cristalino por microfragmentação e aspiração, um processo chamado faco-emulsificação.
Depois é feito o implante de uma lente artificial no lugar do cristalino, o que devolve a transparência aos olhos. O corte feito no olho é muito pequeno, entre dois e três milímetros, o que dispensa a necessidade de sutura e permite que o paciente seja submetido à cirurgia com anestesia tópica, ou seja, apenas colírios.
A recuperação também é rápida e simples, com o paciente saindo da sala de cirurgia já enxergando e com uma visão bem próxima da visão esperada, a qual costuma ocorrer em cerca de um mês após a cirurgia.

Fonte: http://dovirtual.ba.gov.br/egba/reader2/
Daniel Senna
redação I agecom