sexta-feira, 23 de agosto de 2013

CERTIFICAÇÃO


Su­pe­ração, fe­li­ci­dade e a re­a­li­zação de um sonho, em muitos casos, de uma vida in­teira, por aprender a ler e a es­crever. Este con­junto de sen­sa­ções deu a tô­nica do evento de cer­ti­fi­cação de mais 147 mil bai­anos, al­fa­be­ti­zados na 5ª etapa do pro­grama Todos pela Al­fa­be­ti­zação (Topa). A ce­rimônia sim­bó­lica, reu­nindo cerca de mil al­fa­be­ti­zados re­pre­sen­tante das turmas, de di­versas lo­ca­li­dades do Es­tado, acon­teceu na tarde desta quarta-feira (21/08), no Centro de Con­ven­ções da Bahia, em Sal­vador, com a pre­sença do go­ver­nador do Es­tado, Ja­ques Wagner, e do se­cre­tário da Edu­cação da Bahia, Os­valdo Bar­reto. Ao todo, mais de 1,1 mi­lhão de bai­anos já foram al­fa­be­ti­zados pelo pro­grama.


 “Acre­dito que a prin­cipal obra de um go­verno é pos­si­bi­litar a ci­da­dania para o povo mais hu­milde. É sempre muito emo­ci­o­nante per­ceber que a nossa gente está sendo al­fa­be­ti­zada, e notar que o Topa evo­luiu muito nos ul­timo anos, assim como evo­luiu a Edu­cação como um todo no Es­tado. Antes de 2006, tí­nhamos 5 mil jo­vens ma­tri­cu­lados nos cursos de Edu­cação Pro­fis­si­onal. Hoje, já são mais de 60 mil. Além disso, pas­samos de uma para cinco uni­ver­si­dades fe­de­rais na Bahia”, con­si­derou o go­ver­nador Ja­ques Wagner.
Para o secretário da Educação, Osvaldo Barreto, a meta de um milhão parecia muito distante no momento em que o programa se iniciou. “O governador estipulou essa meta e achamos, no memento, que seria muito difícil. É uma alegria muito grande saber que já ultrapassamos esse número e continuamos alfabetizando aquelas pessoas que, na sua infância e juventude, tiveram negado o direito de aprender. É um momento de muita alegria para todos os profissionais que trabalham nesse programa”, disse o secretário, ressaltado que mais 185 mil pessoas se encontram em sala de aula na sexta etapa do Topa.
Expectativa – Ante de iniciar o evento, a alfabetizada Julia Teixeira Santos, 73 anos, de Teofilândia, não escondia o contentamento. “Nunca participei de um evento como este. Estou muito feliz por estar aqui e por ter aprendido a ler, escrever e contar. Hoje, posso ler as placas e os nomes dos ônibus sem a ajuda de ninguém. Também tenho a chance de ler a Bíblia. Estou muito feliz”, disse.
Maria das Graças, 60 anos, de Dias D´ávila, também estava realizada. “Eu não sabia absolutamente nada. Hoje, consigo identificar as letras, ler e escrever. É um momento muito especial de minha vida”, afirmou.
Prêmio Cosme de Farias – A solenidade marcou, ainda, a divulgação dos resultados da terceira e quarta etapa do Prêmio Cosme de Farias, que reconhece as experiências exitosas e ações dos municípios e entidades parceiras que se destacaram na redução do índice de analfabetismo.
Os vencedores são escolhidos por um comitê externo, formado por 15 representantes da sociedade civil em cinco categorias: Município, Entidade da Sociedade Civil, Alfabetizador, Coordenador de Turma e Tradutor-intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os primeiros colocados de cada uma delas recebem, respectivamente, R$ 40 mil, R$ 20 mil, R$ 10 mil, R$ 5 mil, no caso das duas últimas categorias. O prêmio foi instituído pelo Governo do Estado em 2007. A terceira e a quarta etapa da premiação contaram com um total de 65 inscritos.
 O prêmio faz uma ho­me­nagem a um nome re­co­nhe­cido por lutar em causas po­pu­lares, so­bre­tudo no com­bate ao anal­fa­be­tismo. Entre os tra­ba­lhos de­sen­vol­vidos por Cosme de Fa­rias, está a cri­ação, em 1892, da Cam­panha do ABC, por meio da qual dis­tri­buía mi­lhares de car­ti­lhas no País, quando ainda tinha 14 anos. Já em 1915, criou a Liga contra o Anal­fa­be­tismo, man­tendo du­rante mais de 60 anos, quase 200 es­colas para al­fa­be­ti­zação de jo­vens e adultos.
Topa – Criado em 2007, dentro do pro­grama Brasil Al­fa­be­ti­zado, do Go­verno Fe­deral, o Topa tra­balha sob a pers­pec­tiva de que a al­fa­be­ti­zação é um di­reito que não pres­creve com a idade. O pro­grama as­se­gura a in­clusão edu­ca­ci­onal dos bai­anos que não ti­veram acesso à al­fa­be­ti­zação na idade certa, in­cluindo povos in­dí­genas, qui­lom­bolas, ci­ganos, pes­soas com de­fi­ci­ência e po­pu­lação car­ce­rária.
O Topa é de­sen­vol­vido em par­ceria, atu­al­mente, com 588 en­ti­dades do mo­vi­mento so­cial e sin­dical, em 407 mu­ni­cí­pios. A ini­ci­a­tiva está, atu­al­mente, na sexta etapa, com 185 mil pes­soas em sala de aula. Destas, 66% estão lo­ca­li­zadas na zona rural e 55% são do sexo fe­mi­nino.

Fonte:  http://estudantes.educacao.ba.gov.br/noticias/governo-da-bahia-certifica-mais-147-mil-baianos-com-o-topa