segunda-feira, 5 de julho de 2010

Programa Topa reduz em 80% analfabetismo em 47 municípios

Relatório do Ministério da Educação (MEC) mostra que o programa Todos pela Alfabetização (Topa) já conseguiu reduzir em mais de 80% o analfabetismo em 47 municípios baianos. Exemplo disso foi Biritinga, na região sisaleira. Segundo dados do Censo de 2000 do IBGE, o número de analfabetos no município era de 3.423. Nas duas primeiras etapas do Topa, 3.369 moradores foram alfabetizados, o que representa 98,42% do público alvo.
Situação semelhante ocorreu em Ibipitanga, na Chapada Diamantina, com 3.435 pessoas alfabetizadas, o que representa 97,47% do número apontado pelo Censo. Além destes resultados, o programa comemora o bom desempenho obtido nos municípios que antes figuravam como campeões do analfabetismo.
Em Coronel João Sá, o número de analfabetos somava 6.665 – 55% do total de habitantes. O Topa conseguiu alfabetizar 2.564, uma redução de quase 40% da população analfabeta. Exemplo parecido ocorreu em Pedro Alexandre, que figurava em segundo lugar na Bahia entre os municípios com maior percentual de analfabetismo. Agora, a realidade é outra. O Topa conseguiu reduzir em 66,46% o analfabetismo.
Transformações – "O sucesso do Topa deve ser dividido com as 358 prefeituras e 675 entidades dos movimentos social e sindical parceiras. Presente em 415 municípios, o programa vem devolvendo sonhos, resgatando a autoestima, unindo gerações e promovendo transformações na vida de milhares de pessoas", afirma a coordenadora do programa na Bahia, Elenir Alves.
De acordo com dados do MEC, o número de baianos cadastrados no Topa, de 2007 a 2009, ultrapassa a meta do governo de atingir um milhão de pessoas. Em três anos, o programa estadual, que é referência para o MEC, cadastrou 1.019.281 de pessoas. Desse total, mais de 50% já foram alfabetizadas e certificadas. Atualmente são 482 mil baianos em sala de aula.

Bahia é campeã em alfabetização
Lançado em maio de 2007, o Topa alfabetizou 500 mil pessoas em duas etapas concluídas. Os números fazem da Bahia o estado campeão de alfabetização do país e referência para outros e para o programa Brasil Alfabetizado desenvolvido pelo MEC.
Alane Santos Silva, 24 anos, que interrompeu os estudos aos 14, por conta de uma gravidez não planejada, "tinha vontade de ler e escrever", mas a vergonha a impedia de ir à escola por causa da idade. "O que o povo ia dizer de uma mãe de família na escola? Mas pensei que tenho meus filhos e quero ensinar muitas coisas a eles. Antes não podia. Hoje leio historinhas para eles, escrevo cartinhas e até em computador já mexo". Ela só pretende deixar a escola quando conseguir se formar em Serviço Social.
O lavrador aposentado Sebastião Santos, 61 anos, sempre teve vontade de estudar para ser "doutor", mas deixou os estudos para ajudar os pais no sustento de casa. Agora aprende a ler e escrever com a ajuda de um dos seus dez filhos, a alfabetizadora do Topa, Maria Rosário Santos, 30 anos.
"Ele tem um bom desempenho e aos poucos está criando intimidade com as letras e números. Já conseguiu mandar notícias da família e do município de Caturama, a 419 quilômetros de Salvador, para a filha que mora em São Paulo", explica Maria do Rosário.

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